"Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia, para livrar a sua alma da morte e para os conservar vivos na fome".
(Salmo 33:18,19)
A Esperança Bíblica do Crente
A esperança, pela sua própria natureza, diz respeito ao futuro. Porém, ela abrange muito mais do que uma simples vontade ou anseio por algo futuro. Esta esperança consiste numa certeza na alma, isto é, uma firme confiança sobre as coisas futuras, porque tais coisas decorrem da revelação e das promessas de Deus. Noutras palavras, a esperança bíblica do crente está intimamente vinculada a uma fé firme (Romanos 15.13, Hebreus 11.1) e a uma sólida confiança em Deus (Salmo 33.21,22). O salmista expressa claramente este fato mediante um paralelo entre "confiança" e "esperança" : "Não confieis em príncipes nem em filhos de homens, em quem não há salvação; Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio e cuja esperança está posta no Senhor, seu Deus" (Salmo 146.3,5). Por conseguinte, a esperança firme do crente é uma esperança que "não traz confusão" (Romanos 5.5, Isaias 49.23); a esperança, portanto, é uma âncora para o crente através da vida (Hebreus 6.19,20)
A Base da Esperança do Crente
O alicerce da esperança segura do crente procede da natureza de Deus, de Jesus Cristo e da Palavra de Deus.
1) As Escrituras revelam como Deus sempre foi fiel, no passado, ao seu povo. O Salmo 22, por exemplo, revela a luta de Davi, numa situação pessoal crítica, que ameaça a sua vida. Todavia, ao meditar nos feitos de Deus no passado ele confia que Deus o livrará: "Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste" (v.4). O poder maravilhoso que o Deus Criador já manifestou em favor do seu povo está exemplificado no êxodo, na conquista de Canaã, nos milagres de Jesus e dos apóstolos, e em casos semelhantes, os quais edificam a nossa confiança no Senhor como nosso Ajudador (Hebreus 13.6). Por outro lado, aqueles que não conhecem a Deus não tem em que se firmar para terem esperança (Efésios 2.12; 1 Tessalonicenses 4.13).
2) A plenitude da revelação do novo concerto em Jesus Cristo acresce mais uma razão para a esperança inabalável em Deus. Para o crente, o Filho de Deus veio para destruir as obras do diabo (1 João 3.8), que é o "deus deste século" (2 Coríntios 4.4; Hebreus 2.14). Jesus, ao expulsar demônios durante o seu ministério terreno, demonstrou seu poder sobre Satanás. Além disso, pela sua morte e ressurreição, Ele esmagou o poder de Satanás e demonstrou o poder do reino de Deus. Não é de se estranhar, portanto, o que Pedro exclama a respeito da nossa esperança : "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos" (1 Pedro 1.3). Jesus é, pois, chamado nossa esperança (Colossenses 1.27; 1Timoteo 1.1); devemos depositar nEle a nossa esperança, mediante o poder do Espírito Santo (Romanos 15.12,13).
3) A Palavra de Deus é a terceira base da esperança. Deus revelou sua Palavra através dos profetas e apóstolos no passado; Ele os inspirou pelo Espírito Santo para escreverem isentos de erros (2 Timoteo 3.16; 2 Pedro 1.19-21). Pelo fato de que sua eterna Palavra permanece firme nos céus (Salmo 119.89), podemos depositar nossa esperança nessa Palavra (Salmo 119.49, 74, 81, 114, 147; 130.5; Romanos 15.4). De fato, tudo quanto sabemos a respeito de Deus e de Jesus Cristo vem da revelação infalível das Sagradas Escrituras.
A Suma Esperança do Crente
A suprema esperança e confiança do crente não deve estar em seres humanos (Salmo 33.16,17; 147.10,11), nem em bens materiais, nem em dinheiro (Salmo 20.7; Mateus 6.19-21; Lucas 12.13-21; 1 Timoteo 6.17), antes deve estar em Deus, no seu Filho Jesus e na sua Palavra. E em que consiste esta esperança?
1) Temos esperança na graça de Deus e no livramento que Ele nos oferece, nas tribulações desta vida presente (Salmo 33.18,19; 41.1-5; 71.1-5,13,14; Jeremias 17.17,18).
2) Temos esperança de que chegará o dia em que nossas tribulações cessarão aqui na terra, quando esta não estará mais sujeita à corrupção, e terá lugar a redenção (ressurreição) do nosso corpo (Romanos 8.18-25; 2 Pedro 3.12).
3) Temos esperança da consumação da nossa salvação (1 Tessalonicenses 5.8).
4) Temos a esperança de uma casa eterna nos novos céus (2 Corintios 5.1-5; 2 Pedro 3.13), naquela cidade cujo arquiteto e edificador é Deus (Hebreus 11.10).
5) Temos a bendita esperança da vinda gloriosa do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo (Tito 2.13), quando, então, os crentes serão arrebatados da terra, para o encontro com Ele nos ares (1 Tessalonicenses 4.13-18), e, quando, então, nós o veremos como Ele é e nos tornaremos semelhantes a Ele (Filipenses 3.20,21; 1 João 3.2,3).
6) Temos a esperança de receber a coroa da justiça (2 Timoteo 4.8), de glória (1 Pedro 5.4) e da vida (Apocalipse 2.10). Finalmente, temos a esperança da vida eterna (Tito 1.2; 3.7); da vida garantida a todos que confiam no Senhor Jesus Cristo e o obedecem (João 3.16,36; 6.47; 1 João 5.11-13).
Com promessas tão grandes reservadas àqueles que esperam em Deus e no seu Filho Jesus, Pedro nos conclama "estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que já em vós" (1 Pedro 3.15).
(Estudo Bíblico, da Bíblia de Estudo Pentecostal)
Nenhum comentário:
Postar um comentário