Deus se revela na Bíblia como um ser infinito, eterno, autoexistente e como a Causa Primária de tudo o que existe. Nunca houve um momento em que Deus não existisse. Conforma afirma Moisés: "antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus" (Sl 90:2). Noutras palavras, Deus existiu eterna e infinitamente antes de criar o universo finito. Ele é anterior a toda criação, no céu e na terra, esta acima e independe dela (ver 1 Tm 6:16; Cl 1:16)
Deus se revela como um ser pessoal que criou Adão e Eva "à sua imagem" (1.27). Porque Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, podiam comunicar-se com Ele, e também com Ele ter comunhão de modo amoroso e pessoal.
Deus também se revela como um ser moral que criou tudo bom e, portanto, sem pecado. Ao terminar Deus a obra da criação, contemplou tudo o que fizera e observou que era "muito bom" (1:31). Posto que Adão e Eva foram criados à imagem e semelhança de Deus, eles também não tinha pecado. O pecado entrou na existência humana quando Eva foi tentada pela serpente, ou seja, Satanás (Gn 3; Rm 5:12; Ap 12:9).
Deus criou todas as coisas em "os céus e a terra" (1.1)
O verbo "criar" é usado exclusivamente em referência a uma atividade que somente Deus pode realizar. Significa que, num momento específico, Deus criou a matéria e a substância, que antes nunca existiram.
A Bíblia diz que no princípio da criação a terra estava informe, vazia e coberta de trevas (1.2). Naquele tempo o universo não tinha a forma ordenada que tem agora. O mundo estava vazio, sem nenhum ser vivente e destituído do mínino vestígio de luz. Passada esta etapa inicial, Deus criou a luz para dissipar as trevas, deu forma ao universo e encheu a terra de seres viventes.
O método que Deus usou na criação foi o poder da sua palavra. Repetidas vezes está declarado : "E disse Deus ..." Noutras palavras, Deus falou e os céus e a terra passaram a existir. Antes da palavra criadora de Deus, eles não existiam. Toda a trindade, e não apenas o Pai, desempenho sua parte na criação.
(a) O próprio Filho é a Palavra ("Verbo") poderosa, através de quem Deus criou todas as coisas. No prólogo do Evangelho segundo João, Cristo é revelado como a eterna Palavra de Deus. "Todas as coisas foram feiras por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez" (Jo 1:3). Semelhantemente, o apóstolo Paulo afirma que por Cristo "foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis... tudo foi criado por Ele e para Ele" (Cl 1:16). Finalmente, o autor do Livro de Hebreus afirma enfaticamente que Deus fez o universo por meio do seu Filho (Hb 1:2).
(b) Semelhantemente, o Espírito Santo desempenhou um papel ativo na obra da criação. Ele é descrito como "pairando" ("se movia") sobre a criação, preservando-a e preparando-a para as atividades criadoras adicionais de Deus. A palavra hebraica traduzida por "Espírito" (ruah) também pode ser traduzida por "vento" e "fôlego". Por isso, o salmista testifica do papel do Espírito, ao declarar:"Pela palavra do Senhor foram feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito (ruah) da sua boca" (Sl 33:6). Além disso, o Espírito Santo continua a manter e sustentar a criação (Jó 33:4; Sl 104:30).
Deus tinha razões específicas para criar o mundo
1. Deus criou os céus e a terra como manifestação da sua glória, majestade e poder. Davi diz: "Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos" (Sl 19:1). Ao olharmos a totalidade do cosmos criado - desde a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da natureza - ficamos tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador.
2. Deus criou os céus e a terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas. Todos os elementos da natureza - o sol, e a luz, as árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as montanhas, os animais e as aves - rendem louvores ao Deus que os criou (Sl 98:7,8). Quanto mais Deus deseja e espera receber glória e louvor dos seres humanos !
3. Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu propósito e alvos para a humanidade fosse cumpridos:
- Deus criou Adão e Eva à sua própria imagem, para comunhão amorável e pessoal com o ser humano por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino e uno (corpo, alma e espírito), que possui mente, emoção e vontade, para que possa comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor, adorá-lo e serví-lo com fé, lealdade e gratidão.
- Deus desejou de tal maneira esse relacionamento com a raça humana que, quando Satanás conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer ao seu mandamento, Ele prometeu enviar um Salvador para redimir a humanidade das consequencias do pecado. Daí Deus teria um povo para sua própria possessão, cujo prazer estaria nEle, que o glorificaria, e que viveria em retidão e santidade diante dEle (Is 60:21).
- A culminação do propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde João descreve o fim da história com estas palavras: "...com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus". (Ap 21:3)
A evolução é o ponto de vista predominante, proposto pela comunidade científica e educacional do mundo atual, em se tratando da origem da vida e do universo.
Quem crê, de fato, na Bíblia deve atentar para estas quatro observações a respeito da evolução.
(1) A evolução é uma tentativa naturalista para explicar a origem e o desenvolvimento do universo. Tal intento começa com a pressuposição de que não existe nenhum Criador pessoal e divino que criou e formou o mundo; pelo contrário, tudo veio a existir mediante uma série de acontecimentos que decorreram por acaso, ao longo de bilhões de anos. Os postulantes da evolução alegam possuir dados científicos que apóiam a sua hipótese.
(2) O ensino evolucionista não é realmente científico. Segundo o método científico, toda conclusão deve basear-se em evidências incontestáveis, oriundas de experiencias que podem ser reproduzidas em qualquer laboratório. No entanto, nenhuma experiência foi idealizada, nem poderá sê-lo, para testar e comprovar teorias em torno da origem da matéria a partir de um hipotético "grande estrondo", ou do desenvolvimento gradual dos seres vivos,a partir das formas mais simples às mais complexas. Por conseguinte, a evolução é uma hipótese sem "evidência científica", e somente quem crê em teorias humanas é que pode aceitá-la. A fé do povo de Deus, pelo contrário, firma-se no Senhor e na sua revelação inspirada, a qual declara que Ele é quem criou do nada todas as coisas (Hb 11:3).
(3) É inegável que alterações e melhoramentos ocorrem em várias espécies de seres viventes. Por exemplo: algumas variedades dentro de várias espécies estão se extinguindo; por outro lado, ocasionalmente vemos novas raças surgindo dentre algumas das espécies. Não há, porém, nenhuma evidência, nem sequer no registro geológico, a apoiar a teoria de que um tipo de ser vivente já evoluiu doutro tipo. Pelo contrário, as evidências existentes apóiam a declaração da Bíblia, que Deus criou cada criatura vivente "conforme a sua espécie" (1:21,24,25).
(4) Os crentes na Bíblia devem, também, rejeitar a teoria da chamada evolução teísta. Essa teoria aceita a maioria das conclusões da evolução naturalista; apenas acrescenta que Deus deu início ao processo evolutivo. Essa teoria nega a revelação bíblica que atribui a Deus um papel ativo em todos os aspectos da criação. Por exemplo, todos os verbos principais em Genesis 1 tem Deus como seu sujeito, a não ser em 1:12 (que cumpre o mandamento de Deus no v.11) e a frase repetida "E foi a tarde e a manhã". Deus não é um supervisor indiferente, de um processo evolutivo; pelo contrário, é o Criador ativo de todas as coisas (Cl 1:16)
(Estudo Doutrinário, extraído da Bíblia de Estudo Pentecostal)
FRATERNALMENTE EM CRISTO